A ARTE DE NÃO QUERER VER

Não bastasse todos os fatores externos que tem feito o Futebol de Mesa encolher assustadoramente nos últimos anos, e os responsáveis por fazê-lo reagir, conseguem com decisões vetustas, obtusas e envelhecidas, condená-lo ao desaparecimento.

Na reunião de ontem a noite na Franzen sobre o Campeonato Metropolitano que se articula para este mês de julho, os principais "organizadores" da competição optaram por exigir de entidades e técnicos, os mesmos prazos e carências exigidos pelos campeonatos oficiais da FGFM, Federação Gaúcha de Futebol de Mesa. Com isso, alguns jogadores, como Roberto Moreira no Grêmio, e algumas entidades, como o GEVI, ambos como exemplos, ficarão de fora do evento.

A análise que cabe é a seguinte. Não sendo o Metropolitano uma competição oficial, não possuindo portanto importância para a formação de algum ranking, e por conseqüência não refletindo na disputa de vagas para nenhuma outra competição, qual seria de fato sua finalidade ?

Nos parece que um campeonato com este perfil, interessa sobretudo para promover a integração e para a efetiva promoção do esporte, resgatando sem medir esforços entidades e jogadores, para que num futuro próximo estejam novamente integrados ao sistema do esporte organizado.

Portanto, se não cumpre esta finalidade, sem finalidade está. Permanece a insistência em não adaptar-se o Futmesa a realidade dos dias atuais, muito diferente dos anos 80 principalmente, quando o esporte vivia momentos de muita procura, e profusão de entidades e jogadores.

A falta de um novo olhar sobre a situação que vivemos, a administração do Futmesa como se estivéssemos a 20 anos atrás, somada as dificuldades externas conhecidas, é que tem contribuído para o quadro de dificuldades hoje encontrado.

O Metropolitano que já deixou o Grêmio de fora por disputas paroquiais, de mentalidades absolutamente tacanhas, está certamente procurando se repetir agora, parece não ter aprendido nada de um episódio que pouco depois mostrou-se equivocado, com a adoção da idéia Gremista do reserva, do coringa, sugerida na época. O Grêmio já naquela oportunidade mostrava o caminho.

Ao contrário do que foi decidido e que impedirá alguns de participarem do Metropolitano, o esforço deveria ser o de buscar a participação de todos neste momento, do GEVI Campeão Metropolitano de 2000, do Paladino de Gravataí mesmo que este não tenha se manisfestado. Temos que encontrar quem esteja disposto a jogar. Terminou o tempo de emitir um email e esperar que os grupos se inscrevam, é hora de sem pose e circunstância, sairmos atrás literalmente pedindo que participem, para que o Futebol de Mesa tenha alguma chance de prosseguir seu caminho.

A postura, a mentalidade, os conceitos, tudo, absolutamente tudo tem de mudar, em nome da promoção do esporte. O ranço tem que definitivamente ser enterrado.