INTERVIEW : CARLOS KUHN - A ESTRELA SOLITÁRIA ?

A opinião é de muitos, Carlos Alberto Fontoura Kuhn é uma estrela solitária no Futebol de Mesa do Grêmio. Nascido em 05 de maio de 1952 no Alegrete (aqui no Pampa é assim que se fala) multi-Campeão no Tricolor, com 12 títulos no cavado e outros 4 nos rápidos (lisos) da regra brasileira, exibe uma técnica apurada, joga com um foco incomparável e não relaxa nem mesmo nos amistosos de pré-temporada. Cada jogo é uma possibilidade de aprimorar-se mais, de não repetir pequenos erros. Campeão dos anos de 2003, 2005 e 2007 do Grêmio, é difícil imaginar que não repetirá a conquista neste 2008. Avesso a comentários e a expressar suas opiniões sobre qualquer assunto (exceto o seu Grêmio no futebol, anda bem preocupado com o time agora de Celso Roth), aceitou com cuidado conceder esta entrevista ao novo blog do Gothe Gol. Amante igualmente do Botafogo do Rio de Janeiro, dos áureos tempos de jogadores do peso de Zagallo, Garrincha, Didi, Nilton Santos, Gerson e alguns outros diamantes do futebol brasileiro, coloca palavras com a atenção de quem vai chutar em gol em sua única oportunidade numa partida. Agora o web-leitor do Gothe Gol vai conhecer um pouco do que pensa Carlos Kuhn, de como começou no esporte e seus objetivos, e talvez assim entender porque ele possa ser de fato uma estrela solitária no futebol de mesa do Imortal Tricolor.

Como, e em que ano se deu seu interesse e primeiro contato com o Futebol de Mesa ?

Desde menino, final dos anos 50, início dos anos 60. Jogava com um grupo de amigos na garagem de casa, lá no Alegrete.

Qual foi o primeiro time e de que material era feito ?

Botafogo. O material era diverso, plástico, osso, botões de casaco (chamados cruzetas). Lembro de um botão transparente que chamávamos de "vidro de avião", que deveria ser de acrílico.

E na regra brasileira, quando e onde começou ?

Em 1993, no Clube Botonístico que ficava na sede do Círculo Operário Porto Alegrense.

Quais as entidades pelas quais já jogou ?

Clube Botonístico, Caixeiros Viajantes e Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.

A paixão pelo Botafogo do Rio vem de quando e por que ?

Paixão mesmo é o Grêmio (consegue muitas vezes fazer-me chorar nas derrotas e também nas vitórias). O Botafogo é uma imensa simpatia, desde criança. Na época os clubes do eixo Rio-São Paulo tinham maior projeção do que os nossos regionais. O Botafogo era uma mania nacional e com certeza o melhor time do Brasil. Garrincha, Didi, Quarentinha, Amarildo, Zagalo e lá atrás o Nilton Santos no comando.

De que partida você guarda alguma recordação especial ?

Foram tantas, mas vou citar duas. Na alegria em Setembro de 2006, decisão do Troféu Olímpico Monumental modalidade liso contra o amigo Régis, quando só a vitória interessava e ele ao errar uma cavada concedeu um dois toques. O relógio tocou, consegui fazer o gol e acabei Campeão. Na tristeza em Dezembro de 2007, decisão da Copa dos Campeões modalidade liso, contra o amigo Breno, quando também faltando poucos segundos tomei o gol de empate que levou para a prorrogação. Logo na saída falhei, tomei outro gol e perdi o título (era golden gol).

Qual o título mais importante que conquistou ?

Competições externas quase não disputo. Dificilmente viajo. Meus títulos são apenas internos, com exceção de um 3º lugar no Estadual Senior em Rio Grande, ano de 1999.

Que competição acha a mais interessante do FM Gaúcho ?

Estadual Especial, mas o que realmente dá prazer é o Estadual por Equipes.

Se tivesse que destacar 3 nomes do Futebol de Mesa Gaúcho, mesmo sem desconsiderar os demais, quem você destacaria como jogadores marcantes ? (Exceção aos seus colegas de Grêmio)

Com apenas três cometerei injustiça com os demais, motivo este que citarei apenas jogadores veteranos e que tive o prazer de enfrentar (ordem alfabética). Claúdio Schemes, Guido Garcia e Paulo Schemes.

O que espera da temporada 2008 no FM Gaúcho ?

O FM gaúcho vem sendo muito bem administrado. Espero que o 2008 seja marcado pela renovação, promovendo o ingresso de jovens botonistas e também que tenhamos um destaque maior na modalidade liso, inclusive no âmbito nacional.

Acredita na quebra do domínio dos jogadores do sul do Estado ?

É difícil, mas não impossível. Eles são muito dedicados no que fazem e este domínio é meritório. No restante do Estado também temos bons jogadores. Talvez demore ainda um bom tempo, quem sabe um dia...

Agora dirigente do FM do Grêmio (Finanças), que contribuição espera dar ao crescimento do esporte no Tricolor ?

Todos tem que colaborar e agora chegou minha vez. É com muita honra que participo deste grupo que só pensa no melhor para o departamento. Minha presença é constante e minha contribuição será procurar trabalhar muito para a obtenção de resultados positivos, sempre com humildade, lealdade e responsabilidade. Minha luta será por um Grêmio forte e unido.

Qual seu maior objetivo na temporada 2008 ?

Conseguir uma boa colocação nos rankings internos (cavado e liso) para, dentro das possibilidades, disputar um maior número de competições externas, tentando com isso obter resultados mais significativos para nosso departamento.

Ao final do arquivo de suas respostas enviadas via mail, Carlos Kuhn agradeceu ao Gothe Gol a oportunidade da entrevista e mandou um forte abraço a todos os botonistas. É o Editor do Gothe Gol que agradece a Kuhn a entrevista e aproveita o momento para ressaltar sua admiração pelo jogador e pela pessoa de Carlos Alberto Fontoura Kuhn, ou Carlitos como preferem alguns, em alusão ao craque argentino Carlito Tevez. Comparação mais do que merecida.