Por Ricardo Gothe direto do Rio de Janeiro - É neste prédio (foto), que reunimos periodicamente com o Comitê Brasileiro Local da Copa do Mundo FIFA Brasil 2014 na Barra da Tijuca.
Estádios, vias, energia, telefonia, TI, hotelaria, qualificação, aeroportos, centros de treinamentos, turismo, direitos comerciais, marketing, etc, tudo é debatido e encaminhado.
São decisões que envolvem milhões em investimentos, a projeção de cidades, de pessoas, visões e conceitos, o futuro.
Mas tenho descoberto ao longo desta tarefa, no caso voltada a cidade sede de Porto Alegre, que o maior desafio pode não ser as arenas, a qualificação da hotelaria e seus profissionais, nem mesmo a pesadíssima tarefa de investir e executar grandes obras de mobilidade urbana.
O maior desafio sem dúvida é o de superar uma cultura e uma mentalidade acostumadas as pequenas intervenções, que não enfrenta a necessidade dos grandes passos, fundamentalmente não propositiva, por isso conservadora, desacostumada a abrir-se para o mundo, como é preciso numa tarefa gigantesca como a de preparar um mega evento como a Copa do Mundo e aproveitar tudo aquilo que ela pode de fato trazer e gerar.
Em qualquer cidade do mundo, a polêmica deveria acontecer por exemplo, quando um governo diante deste volume de investimentos, resolvesse não aplicá-los na atualização de seu principal referencial de saúde, no caso da capital dos gaúchos o HPS, Hospital de Pronto Socorro. Mas o projeto da Copa de Porto Alegre contém este investimento, e então o que acontece é a fabricação de uma polêmica em torno de 5 prédios que terão que ser desapropriados para esta empreitada, entre eles uma estética e uma pet shop. Isso é só um exemplo que revela uma visão muito pequena do todo. O mesmo vale para o Cais Mauá, o Estaleiro Só e outros debates infrutíferos instalados faz anos, e que impediram a cidade de crescer e ser atrativa.
Estou convicto que o maior desafio dos resposáveis pela tarefa da Copa é o de tirar o interior do interior, do interior das pessoas. É preciso que as pessoas estejam preparadas e dispostas a viver numa grande cidade, com seus benefícios e seus problemas, ou não haverá chance de sucesso. Para que serve uma nave espacial se as pessoas não tem preparo para serem astronautas ? Tarefa duríssima a da mudança cultural.
Hoje aqui no Rio é dia de um cuidado especial quanto a telefonia e tecnologia da informação. Poucos sabem que Porto Alegre é a capital brasileira com o maior número de pontos de acessos livre de internet, aliás uma das maiores cidades do mundo neste item.
Das 12 cidades sedes, apenas Porto Alegre, São Paulo, Curitiba e Cuiabá têm notas acima da média em termos de qualidade de transmissão de dados, de vídeo e em rapidez para carregar as páginas da internet. De nada adianta este potencial na mão de uma população que não seja tão culturalmente moderna quanto suas ferramentas, tão disposta a ser propositiva quanto a evolução exige das sociedades.
Fecho esta quinta por aqui no Rio conferindo o Grêmio no Engenhão diante do Fluminense, o líder do brasileiro, e creio ser possível sair daqui com a vitória que nos escapou no GREnal. Estou atrás de uma camisa retrô do Flu, e espero ter a sorte que não tive a 15 dias quando procurei nas Laranjeiras e não encontrei.
Amanhã é dia do REVISTA com a Gabi de volta, toda a programação de Futmesa e futebol, um show imperdível em Porto Alegre e muito mais. Até lá !
* foto by Gothe Gol
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