quarta-feira, 12 de março de 2008

INTERVIEW : MARCELO VINHAS - CAMPEÃO PARA MUITO TEMPO


Marcelo Vinhas não é só um dos grandes jogadores atuais do Futmesa Gaúcho, mas sobretudo um jogador que com certeza ainda vai conquistar muitos títulos mais em sua trajetória no esporte. Hoje em entrevista consistente, troca idéias com os internautas no Gothe Gol.

Nome completo?
Marcelo Iost Vinhas

Idade?
24 anos.

Local de nascimento?
Pelotas – RS.

Quando começou a jogar FM?
Bem cedo. Um time de botões puxadores foi um dos meus primeiros brinquedos. Após jogar com puxadores durante toda a infância, comecei a jogar oficialmente entre os juvenis da APFM em 1994, com 11 anos.

Qual sua atual entidade?
Academia de Futebol de Mesa, Pelotas – RS.

Por quais outras entidades jogou?
Somente pela APFM, onde joguei de 1994 até 1997.

Qual o time preferido no FM?
Coritiba Foot Ball Club.

Qual o time preferido no futebol?
Grêmio Esportivo Brasil (Xavante).

Quais as suas conquistas no FM?
Campeonato Estadual de Juniores (2001), Campeonato Estadual de Lisos (2006), Campeonato Centro-Sul Brasileiro de Lisos (2007), Campeonato Estadual Especial com a melhor campanha de todos os tempos (2005, com 11 vitórias e 1 empate), e Tetra-Campeonato Pelotense pela Academia, além de vários outros títulos de torneios internos e competições não oficiais, como o Torneio Zona Sul (2007) e o Fronteirão (1999).

Também tenho vários vices e terceiros lugares de competições importantes como Taça RS (vice e terceiro), Estadual por Equipes (vice, terceiro e quarto), Centro-Sul Livre (quarto) e Campeonato Brasileiro Livre (vice e terceiro).

Em outubro deste ano estive jogando o Campeonato Brasileiro de Liso, em Salvador, que contou com a participação de 64 botonistas, a maioria baianos. Considero uma conquista ter quase chegado entre os 4 finalistas, com direito a uma bola no goleiro e outra no travessão do campeão brasileiro de 2006 e vice de 2007 (Dudu – BA, grande botonista) nas quartas de final.

Qual o jogo inesquecível?
São vários, principalmente as decisões. Entretanto esta pergunta me fez lembrar do jogo das quartas de final do Campeonato Centro-Sul Brasileiro de 2006, que foi jogado em Criciúma - SC. Nesta partida venci o excelente botonista Felipe (AFUMEPA) por 1x0 com um gol antológico, onde o meu botão (11 – Edson) estava próximo da marca do escanteio do meu campo de defesa e a bola na intermediária do campo de ataque. O chute só foi possível por uma “brecha” (bem pequena, diga-se de passagem) na cobertura.

Detalhe importante: Este chute (gol) foi o último lance deste jogo, no qual o Felipe levava a vantagem em caso de empate.

Prefere cavado ou rápidos (lisos)?
Os dois. Na minha opinião temos talento e qualidade suficientes para praticarmos as duas modalidades, sem descartar a possibilidade de um dia nos tornarmos referências nacionais no liso, assim como somos (indiscutivelmente) no cavado. Entretanto vale lembrar que não vale a pena insistir em jogar liso em mesas impróprias. A qualidade e a conservação da mesa são fundamentais.

Cite 4 grandes jogadores do FM Gaúcho na sua opinião.
Não responderei esta pergunta com apenas 4 nomes. Atualmente eu diria Victor Mecking, Luis Antônio Rodalles, Alex Degani e Silvio Silveira. No entanto vale a pena recordar algumas feras com as quais me impressionei na época que eu estava começando, como Robson Bauer e Aldyr Schlee. Cristian Baptista foi sem dúvidas o mais competitivo e Alexandre Gomes, para mim, o mais técnico. Também não posso esquecer do meu padrinho, Osmar Iost Jr., que me ensinou a jogar.

Cite 3 jogadores do Grêmio que considera competitivos.
Carlos Aberto, Breno e Gothe. Também ouvi falar muito bem do Juliano após o Estadual de Lisos deste ano.

Qual seu principal rival, principal clássico?
Vou citar o Victor Mecking. Já nos enfrentamos várias vezes e nossos jogos sempre foram muito bons.

Prefere que tipo de competição? Equipes, Especial, Taça RS ou Sênior?

O tradicional Estadual Especial organizado com 64 botonistas é a cara do Futmesa Gaúcho. A seqüência de jogos da Taça RS é fantástica. Entretanto quando se tem uma equipe unida, entrosada e composta por amigos de verdade, o Estadual por Equipes é, sem dúvidas, a melhor competição.

Régua ou ficha?
Ainda não aprendi a segurar uma ficha.

Se pudesse alterar algo na regra nos cavados ou rápidos, o que seria?
Embora eu seja o atual diretor técnico da Academia de Futebol de Mesa, por enquanto eu prefiro apenas seguir jogando e deixar esta tarefa para os estudiosos do futmesa.

Qual o fabricante de botões que melhor fecha com as suas características?
Sempre joguei com botões fabricados pelo Ivan Ribeiro e não tenho do que reclamar.

Que fundamento gostaria de aperfeiçoar em seu jogo?
Todos. Seja qual for o fundamento, atingir a sua perfeição plena é impossível, mas nada nos impede de tentar buscá-la constantemente, visando sempre aperfeiçoar a nossa maneira de jogar.

Qual o seu melhor fundamento? Cavada, chute, cobertura, passe ou lançamento?
Todos também. Embora nenhum seja perfeito, acredito que eu consiga manter um padrão de jogo com todos estes fundamentos em um mesmo nível.

Se tivesse que fazer um time diferente do seu em 2008, qual seria?
Faria um outro Coritiba, com a mesma escalação (Lela, Tobi, Índio, Edson e Cia.) e mesmas dimensões. Alteraria somente a arte.

Técnica, tática, controle emocional. O que pesa mais numa decisão?
A técnica e a tática pesam durante toda a competição, mas nos momentos decisivos o controle emocional pode fazer a diferença.

O que pensa que o FM precisa para crescer como esporte?
O que seria “crescer”? Aumentar significativamente o número de praticantes? Caso esta seja a resposta, o futmesa precisa mudar uma cultura instituída na sociedade, uma realidade.

Atualmente as crianças são bombardeadas pelo marketing voltado para os jogos eletrônicos. Sabemos que o objetivo do marketing é despertar desejo no seu mercado alvo, com a tendência de que este desejo se torne uma necessidade. O resultado disto é que hoje um adolescente que nunca tenha jogado “Play 2” é considerado excluído ou desatualizado, enquanto um ou outro que jogue futmesa pode acabar sendo motivo de piada. No meu caso, talvez por ter iniciado bem cedo, mesmo na infância sempre me senti mais atraído pelo futmesa do que por um vídeo game qualquer e ainda assim estou longe de ser um “excluído-digital”.

O fato de alguns jovens, mesmo na era digital em pleno terceiro milênio, ainda se interessarem pelo futmesa, nos dá a certeza de que o nosso esporte possui pontos fortíssimos que devem ser explorados.

O primeiro passo para aumentar o número de praticantes de futmesa seria fazer com que as pessoas conheçam o nosso esporte, saibam da existência da Federação Gaúcha (uma instituição organizadíssima), saibam o que precisam para se associar e jogar em um clube federado, saibam como fundar uma entidade em outra cidade e se filiar à FGFM, dentre outros esclarecimentos. É claro que estas informações existem bem definidas no site da federação, mas estão um pouco longe do conhecimento público, ou seja, estão carentes de divulgação.

Resumindo o que outros amigos já disseram, o futmesa precisa de divulgação. Já imaginaram uma cobertura compactada de um Estadual Especial transmitido pela TV (em qualquer que seja o canal)? Com um botonista experiente fazendo comentários e falando sobre os competidores, assim como vemos nos campeonatos de pôquer transmitidos pela ESPN. Sei que isto envolveria diversos fatores, além de recursos financeiros, mas não acho que seja sonhar demais.

Quero mandar um abraço para todos os meus amigos no futmesa, que não são poucos, e agradecer ao Gothe pela oportunidade.

* Entrevista originalmente publicada em 09 de novembro de 2007.

4 comentários:

Anônimo disse...

Prezado Vinhas

Pode-se acrescentar também a necessidade da federação criar outros torneios que incentivem os jogadores novos a se integrarem nas competições importantes futuras.Só haverá crescimento no esporte se houver integração entre as entidades,criando um clima de rivalidade sadia.Poderia ter digamos,um Estadual "Série ouro",outro Estadual "Série prata",para que mais jogadores encontrassem estimulados para continuar dentro do FM do seu clube.Não adianta o jogador novato se filiar e no primeiro mes tomar 4ou 5 goleadas.Exige muita dedicação e empenho,treinos,para que o mesmo comece a sentir o prazer de jogar e possivelmente disputar uma competição dentro do seu nivel.Infelizmente ainda somos muito fechados,diminutos e assim o esporte segue "arrastando",a espera de novos talentos.Forte abraço.Marcelo Caju

Anônimo disse...

Gothe,
Obrigado pelas palavras e por postar novamente a entrevista, embora ela esteja um pouco desatualizada.

Marcelo Caju,
Antigamente tínhamos torneios não oficiais que agregavam botonistas competitivos e também vários iniciantes. Era o caso de competições como Fronteirão, Mergulhão, Vovozão, Lagoão, Copa Garça, Fronteira Oeste, entre outros. Não eram, necessariamente, um “Estadual série B”, mas desempenhavam um papel semelhante ao da sua idéia, ou seja, promoviam a integração e abriam espaço para novas revelações. No entanto, por motivos diversos, estas competições lamentavelmente deixaram de existir.

Abraços,
Vinhas.

Anônimo disse...

Prezado Vinhas,

Publicar a opinião de quem joga e pensa Futebol de Mesa é tarefa de quem pretende a divulgação do esporte. Quanto a atualidade da entrevista, tive o cuidado de na última linha fazer referência a data original de sua publicação inicial. Pessoas como você sempre terão espaço por aqui.

Obrigado,
Gothe.

Robson Bauer disse...

Primeiramente parabéns pela entrevista. Penso que vc está certo em relação a divulgação de nosso esporte.
Gostaria de agradecer as palavras citando meu nome. Muito obrigado. É muito bom saber que mesmo distante das mesas a tanto tempo, ainda somos lembrados por pessoas de bons princípios e atitudes e siga com esta humildade que vc irá muito mais longe.

Parabéns também ao site, está muito atrativo.

Abraço !!!